A massa de rendimento real habitual no Brasil no trimestre encerrado em agosto alcançou um recorde histórico, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses números sugerem um aumento no Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a massa de rendimento real habitual atingiu R$ 288,9 bilhões no trimestre, um aumento de 2,4% em relação ao trimestre anterior e de 5,5% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Enquanto isso, o rendimento real habitual permaneceu estável em comparação ao trimestre anterior, totalizando R$ 2.947. Em relação ao ano anterior, houve um crescimento de 4,6%.
Para o economista André Perfeito, esses resultados indicam mais uma vez que o PIB terá um crescimento significativo este ano. Ele estima que o PIB crescerá 3%, mas esse número pode ser revisado para 3,5% se outros indicadores também mostrarem um bom desempenho.
Rafael Perez, economista da Suno Research, afirma que o aumento no rendimento real e a queda no desemprego têm sido fatores importantes para evitar pressões inflacionárias e manter o consumo aquecido. Ele avalia que isso permite que a economia brasileira continue crescendo de forma estável.
O Banco Central divulgou que o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, teve um crescimento de 0,44% em julho em comparação com o mês anterior. Em junho, o indicador havia registrado um aumento de 0,63%.
No segundo trimestre de 2023, o PIB brasileiro cresceu 0,9% em comparação aos três meses anteriores, totalizando R$ 2,651 trilhões até o final de julho. Esse resultado superou as expectativas do mercado, que esperava um aumento de 0,3%.
O Banco Central aumentou sua estimativa de crescimento para a economia brasileira em 2023 para 2,9%, em comparação com a previsão anterior de 2,0%.
Segundo a pesquisa semanal Focus, publicada pelo Banco Central, a mediana das previsões para o crescimento do PIB em 2023 é de 2,92%, em comparação com a expectativa anterior de 2,89%.
Em relação ao desemprego, a taxa caiu para 7,8% no trimestre encerrado em agosto, o menor valor desde o primeiro trimestre de 2015. Nos três meses anteriores, a taxa era de 8,3%.
De acordo com Rafael Perez, esse movimento de queda no desemprego está relacionado ao aumento na ocupação, com quase 1 milhão de pessoas encontrando trabalho desde o início do ano.
Ele acredita que o mercado de trabalho continuará aquecido e resiliente, mas não espera uma grande queda no desemprego até o final do ano, uma vez que a economia está desacelerando no segundo semestre.
O Itaú BBA avalia que os dados mostram a resiliência do mercado de trabalho, com expansão no emprego formal, apesar de uma pequena queda no emprego informal. O banco mantém a expectativa de que a taxa de desemprego feche o ano em 8%.
Em relação à política monetária, André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart X, explica que uma taxa de desemprego historicamente baixa pode ser uma preocupação para o Banco Central ao decidir sobre a taxa Selic. Ele destaca que o Copom está acompanhando o mercado de trabalho, mas não prevê grandes mudanças nos salários.
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