O mercado segurador totalizou R$ 319,2 bilhões arrecadados de janeiro a outubro deste ano, crescimento de 8,4% na demanda em relação ao mesmo período de 2022. Na outra ponta, pagou mais de R$ 188 bilhões em indenizações, benefícios, resgates e sorteios nos dez primeiros meses de 2023. O valor é 3,3% acima do montante pago à população no mesmo período do ano anterior, informa levantamento mensal da CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras). Os dados apresentados desconsideram a Saúde Suplementar, tanto em arrecadação quanto em indenização, e, regionalmente, não incluem o VGBL (tipo de plano de previdência privada) para benefícios e resgates.
Entre janeiro e outubro de 2023, os maiores índices de arrecadação ficaram por conta de dois ramos do Patrimonial: o seguro Condomínio, que cresceu 34,1%, totalizando R$ 552,1 milhões, e o seguro Grandes Riscos, que visa garantir a integridade do patrimônio (principalmente de empresas) com limites de garantia acima de R$ 15 milhões, que avançou 25,8%, somando R$ 6,6 bilhões. Além deles, os seguros de Garantia, que tiveram alta de 19,2%, foram destaque arrecadando R$ 4,7 bilhões.
No período, os produtos que tiveram os maiores avanços percentuais no retorno aos segurados foram o seguro de Crédito, com 168,6%, o Pecuário, com 51,6%, e o Viagem, com 42,3%, pagando, respectivamente, R$ 1,6 bilhão, R$ 703,6 milhões e R$ 426 milhões em indenizações.
Em valores absolutos, a modalidade que teve maior contribuição e maior pagamento foi a Previdência Aberta, na Família VGBL (não deduzidas na declaração do Imposto de Renda), com aproximadamente R$ 93,7 bilhões em benefícios e resgates, avançando 4,8%, e R$ 127,4 bilhões arrecadados no ano, alta de 7,4%. Em arrecadação, também tiveram destaques o Automóvel, que somou R$ 46,1 bilhões, crescendo 11,7%, e o Vida com R$ 24,9 bilhões e alta de 12,3%.
Destaques por região
No período analisado, segundo o levantamento da Confederação, as regiões Sudeste, Sul e Nordeste foram as que registraram maior arrecadação com R$ 188,8 bilhões – R$ 59,5 bilhões e R$ 32,1 bilhões, respectivamente. Percentualmente, o Sudeste também aparece com destaque em crescimento, com 9,9%.
A região, entre janeiro e outubro, teve os três estados com o maior volume de arrecadação e os maiores desembolsos por parte das seguradoras: São Paulo arrecadou R$ 125,8 bilhões e pagou R$ 42,6 bilhões, o Rio de Janeiro faturou R$ 30,7 bilhões e desembolsou R$ 7,8 bilhões e Minas Gerais e acumulou R$ 27,3 bilhões e pagou R$ 6,4 bilhões.
No ranking de crescimento percentual da procura pelos produtos de seguros, a capital paulista aparece em quarto lugar, com 10,9%, à frente do Rio Grande do Sul (10,5%), mas atrás do Maranhão (13,4%), Mato Grosso (13,4%) e do Pará (14,0%), líder do ranking. Os maiores avanços percentuais em indenização ficaram por conta de Roraima (76,9%), Piauí (57,7%), São Paulo (18,2%), Tocantins (15,0%) e Pernambuco (14,5%).
“Esse cenário positivo mostra o dinamismo do setor que sempre busca a inovação, criando novos produtos, potencializando seus canais de distribuição, buscando se aproximar cada vez mais do cliente e, assim, criando um ambiente mais favorável ao desenvolvimento da indústria de seguros”, avalia o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira. Segundo ele, o “maior desafio” do setor é fazer o seguro chegar a mais pessoas.
Projeções
A expectativa da CNseg é que o setor encerre 2023 com faturamento de R$ 663 bilhões, registrando um avanço de 10,4% em todos os segmentos, o maior da história do setor. Para o próximo ano, a estimativa é que o mercado segurador cresça 11,7%.
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