Após declarações de Haddad sobre meta fiscal zero, Ibovespa registra queda.

O Ibovespa começou a cair após a entrevista coletiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Os investidores estão de olho nas decisões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil para esta semana.

Ao meio-dia e quarenta e quatro, o principal índice da bolsa brasileira estava em queda de 0,45%, aos 112.786 pontos, enquanto o dólar estava valorizado em 0,68%, negociado a um preço de venda de R$ 5,0456.

No noticiário corporativo, destaque para a Natura&Co, que anunciou hoje que fechou um acordo de exclusividade com o Aurelius Investment Advisory Limited para a possível venda da The Body Shop (TBS).

No cenário interno, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não está “sabotando o país” ao falar que será difícil atingir a meta de déficit fiscal zero no próximo ano. Haddad declarou que o país enfrenta problemas que precisam ser reformados e saneados. Além disso, ele mencionou que a arrecadação federal não está acompanhando o crescimento do Produto Interno Bruto neste ano. No entanto, ele se recusou a responder se o governo está comprometido com a meta de déficit zero em 2024.

O ministro atribuiu a erosão da base fiscal ao alto patamar dos juros e aos gastos tributários excessivos dos últimos anos. Essa falta de comprometimento do governo com o déficit zero em 2024 pode pressionar por mais arrecadação, segundo o sócio e gestor de ações da Ace Capital, Tiago Cunha. Ele também ressaltou que o aumento da carga tributária e o fim de alguns programas de incentivo fiscal diminuem a previsibilidade sobre a aprovação das medidas e o impacto nos setores que serão afetados pela tributação.

Durante a entrevista coletiva, o ministro também anunciou a indicação do professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, e do servidor de carreira, Rodrigo Alves Teixeira, para cargos de diretores do Banco Central a partir de 2024. Além disso, a reunião de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que termina na quarta-feira, também está sendo acompanhada de perto.

É provável que o Copom reduza os juros básicos em 0,5% nesta semana, seguindo um ritmo cauteloso de flexibilização monetária devido aos riscos externos, de acordo com economistas consultados pela Reuters.

No cenário externo, há uma expectativa de que o Federal Reserve mantenha as taxas de empréstimo inalteradas. O foco estará nas indicações das autoridades sobre os próximos passos. O BTG Pactual acredita que o comitê de decisão de juros do Fed adotará uma comunicação aberta, reconhecendo o progresso no mercado de trabalho e na inflação, mas destacando que a atividade econômica mais forte pode representar um risco para a inflação no futuro, o que poderia exigir ajustes.

Em Wall Street, os principais índices estão em alta, impulsionados por ações de grandes empresas de capitalização. Esta será uma semana movimentada, com divulgação de balanços e decisões dos bancos centrais sobre as taxas de juros.

Na Ásia e Oceania, as ações chinesas subiram devido aos sinais de medidas de apoio do governo. Em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,04%, enquanto em Xangai, o índice SSEC teve ganhos de 0,12%. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,60%. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,95%, em Seul, o índice KOSPI teve uma valorização de 0,34%, e em Taiwan, o índice TAIEX registrou alta de 0,09%. Em Cingapura, o índice Straits Times subiu 0,08%, enquanto em Sydney, o índice S&P/ASX 200 recuou 0,79%.

Essas foram as principais notícias do dia.