O Sistema de Valores a Receber (SVR) lançado pelo Banco Central do Brasil tem sido um verdadeiro aliado para os cidadãos que desejam recuperar valores financeiros que, por alguma razão, foram esquecidos em instituições financeiras. Em abril de 2025, mais de R$ 360 milhões foram resgatados, mas ainda restam R$ 9,74 bilhões que permanecem disponíveis para saque. Este recurso é acessível a qualquer pessoa ou empresa que tenha contas encerradas, tarifas cobradas indevidamente ou outras quantias esquecidas. O processo de resgate é simples, mas é fundamental seguir algumas orientações para evitar fraudes e garantir a segurança nas transações. Vamos compreender detalhadamente como você pode recuperar seu dinheiro esquecido no sistema financeiro brasileiro.
O que é o Sistema de Valores a Receber?
O SVR é uma iniciativa do Banco Central do Brasil que permite que cidadãos, empresas e até mesmo herdeiros de pessoas falecidas possam consultar e resgatar valores que não foram retirados em bancos, consórcios, cooperativas de crédito e outras instituições financeiras. Através de um portal online acessível, o cidadão pode verificar se possui quantias a receber simplesmente informando seu CPF ou CNPJ.
Essa plataforma foi criada com o intuito de promover a transparência e inclusão financeira, dando a oportunidade a milhões de brasileiros de recuperarem valores que, em muitos casos, são desconhecidos ou esquecidos por ausência de informação. A consulta é totalmente gratuita e não requer um login ou cadastro prévio, tornando o acesso mais democrático e facilitado.
Como funciona o resgate?
O processo de resgate no SVR é dividido em duas etapas principais. A primeira envolve a consulta. Para isso, o usuário deve visitar o site do Banco Central e inserir seu CPF, data de nascimento (no caso de pessoas físicas) ou CNPJ e data de abertura (no caso de empresas). Em questão de minutos, o sistema informa se existem valores disponíveis para serem resgatados.
Caso haja alguma quantia a receber, o beneficiário tem duas opções: entrar em contato diretamente com a instituição financeira responsável ou solicitar o resgate via sistema do Banco Central. A segunda alternativa é a mais prática, pois o Banco Central encaminha o pedido à instituição, facilitando a vida do usuário.
Recentemente, também foi introduzida a funcionalidade de solicitação automática de resgate, que permite que os cidadãos, ao registrarem sua chave Pix, recebam automaticamente qualquer novo valor que for disponibilizado, sem a necessidade de fazer consultas frequentes. Isso é especialmente útil, pois elimina a necessidade de acompanhamento constante do site do SVR.
Tipos de recursos disponíveis
O SVR abrange diversos tipos de recursos financeiros. Muitas vezes, os cidadãos não têm consciência de que possuem quantias a receber devido à complexidade do sistema financeiro e à falta de informações disponíveis. Entre os principais tipos de recursos que podem ser resgatados, destacam-se:
- Saldos de contas correntes ou de poupança encerradas;
- Tarifas ou parcelas cobradas indevidamente nas operações de crédito;
- Cotas de capital de cooperativas de crédito ou consórcios finalizados;
- Recursos de contas de pagamento que foram encerradas;
- Valores que estão em corretoras ou distribuidoras de valores mobiliários.
Vale ressaltar que, embora muitos dos valores a receber sejam pequenos, eles podem impactar positivamente o orçamento das famílias ou empresas. Segundo o Banco Central, cerca de 63,83% dos beneficiários têm direito a quantias de até R$ 10, enquanto apenas 1,85% conseguirão resgatar mais de R$ 1.000.
Perfil dos beneficiários
Até abril de 2025, cerca de 30 milhões de pessoas já conseguiram recuperar seus recursos através do SVR, sendo a maioria indivíduos. Contudo, o número de beneficiários que ainda não acessou os recursos é alarmante, totalizando mais de 51 milhões de pessoas e empresas na lista de espera. Esse dado revela um grande potencial não realizado de resgate, destacando a importância de mais iniciativas de sensibilização sobre o SVR.
A maior parte dos empréstimos disponíveis no sistema é de valores baixos, com 63,83% dos beneficiários aguardando menos de R$ 10. Esses dados indicam um problema mais amplo no setor, que é a falta de informação e o desinteresse por parte de muitos.
Novidades no sistema
No ano de 2025, uma das grandes inovações foi a introdução da solicitação automática de resgate. Essa novidade é um avanço significativo para as pessoas físicas que têm uma chave Pix vinculada ao CPF. Ao se habilitar para esse serviço, o beneficiário pode receber os valores diretamente em sua conta, sem a necessidade de acompanhar o sistema em busca de novos valores disponíveis.
Além disso, o Banco Central tem trabalhado ativamente para expandir as fontes de dados do SVR, incluindo novas instituições financeiras e tipos de recursos. Essa constante atualização ajuda a aumentar o volume de valores disponíveis e garante que mais cidadãos brasileiros possam recuperar seus recursos, que muitas vezes são significativos, embora não sejam necessariamente altos.
Cuidados contra golpes
O crescimento do SVR também trouxe à tona o problema de golpes. Indivíduos mal-intencionados têm se aproveitado da expectativa dos cidadãos sobre o resgate de valores esquecidos. O Banco Central alerta que não envia mensagens ou e-mails solicitando dados pessoais e destaca a necessidade de cuidado redobrado ao receber esse tipo de comunicação.
Para evitar fraudes, aqui estão algumas recomendações:
- Nunca compartilhe senhas ou informações pessoais por e-mail ou telefone;
- Verifique a autenticidade do site antes de inserir seus dados;
- Desconfie de instituições que garantem resgates rápidos mediante o pagamento de taxas;
- Consulte apenas os canais oficiais do Banco Central ou do Gov.br.
Como acessar o SVR
O acesso ao SVR é bastante simples. Deve-se visitar o site oficial do Banco Central. A primeira consulta é anônima, exigindo apenas o CPF e a data de nascimento para pessoas físicas ou CNPJ e data de abertura para empresas. Caso existam valores disponíveis, o sistema guiará o usuário para criar ou autenticar uma conta Gov.br, permitindo a realização do resgate.
No caso de herdeiros ou representantes legais, o processo envolve a assinatura de um termo de responsabilidade. O Banco Central oferece tutoriais e uma seção dedicada a perguntas frequentes para esclarecer as questões que possam surgir durante o processo.
Importância do sistema
O SVR representa um significativo avanço na transparência do sistema financeiro brasileiro, facilitando o acesso a recursos esquecidos e promovendo a inclusão financeira. Através dessa plataforma, o Banco Central ajuda milhões de brasileiros a recuperarem valores que, muitas vezes, não se tinham conhecimento. A simplicidade do processo traduz uma grande oportunidade para que todos possam organizar melhor suas finanças.
A iniciativa não apenas melhora o relacionamento do cidadão com o sistema bancário, mas também fornece um incentivo para a manutenção de dados financeiros sempre atualizados. Muitos cidadãos que não resgatam valores o fazem por desinteresse ou ignorância sobre seus direitos.
Dados atualizados
As estatísticas do SVR são periódicas e divulgadas com um pequeno atraso. Até abril de 2025, o sistema havia registrado a devolução de R$ 10,38 bilhões, com R$ 9,74 bilhões ainda disponíveis para resgates. A maior parte dos valores pertencia a pessoas físicas, no entanto, empresas também apresentavam uma fatia significativa de beneficiários.
O Banco Central tem planos de continuar aprimorando o SVR, incluindo novas fontes de dados e funcionalidades que visam aumentar ainda mais a participação dos cidadãos no sistema. À medida que mais pessoas se tornarem conscientes do SVR e utilizarem a nova opção de solicitação automática, espera-se que o volume de resgates aumente significativamente nos próximos meses.
Perguntas frequentes
Como posso consultar se tenho valores a receber?
Você pode acessar o site do Banco Central e consultar com seu CPF ou CNPJ, sem precisar de login.
Os resgates têm algum custo?
Não, o serviço é totalmente gratuito e o Banco Central nunca cobra taxas para consultas ou resgates.
Preciso de um cadastro para resgatar os valores?
Sim, é necessário ter uma conta Gov.br autenticada, de nível prata ou ouro, para realizar o resgate.
O que devo fazer se receber mensagens sobre valores a resgatar?
Desconfie dessas mensagens e não forneça dados pessoais. O Banco Central não entra em contato diretamente com os usuários.
É possível que herdeiros solicitem o resgate de valores esquecidos?
Sim, herdeiros e representantes legais podem solicitar recursos, mas devem assinar um termo de responsabilidade.
O que é a solicitação automática de resgate?
É uma funcionalidade que permite que valores sejam creditados diretamente na conta do usuário, sem a necessidade de consultas constantes.
Conclusão
A possibilidade de recuperar R$ 9,74 bilhões esquecidos no sistema financeiro é uma oportunidade valiosa para milhões de brasileiros. Através do SVR, o Banco Central não só promove a recuperação de valores, mas também fomenta a educação financeira e a participação dos cidadãos no sistema. Esses recursos, embora possam parecer pequenos em muitos casos, têm o potencial de fazer diferença significativa no cotidiano das pessoas.
Ao seguir as orientações apresentadas neste artigo, você pode garantir que não está deixando dinheiro na mesa e que está protegido contra fraudes. Fique atento às novidades e aproveite essa oportunidade única que foi criada para melhorar a saúde financeira dos brasileiros.

Como editor online do blog “VALOR A RECEBER”, minha paixão é trazer conteúdo financeiro e econômico relevante para nossos leitores ávidos por informações do setor. Graduei-me em Sistemas para Internet pela Uninove em 2018, e desde então tenho trabalhado arduamente para trazer análises perspicazes, notícias atualizadas e insights valiosos para quem busca entender e prosperar no mundo das finanças. Junte-se a nós enquanto exploramos as complexidades do mercado financeiro e buscamos maximizar o potencial de valor para nossos leitores.